Olá, pessoas. Tudo bem? Espero sinceramente que sim!
Nos últimos anos, o vinil deixou de ser uma raridade nostálgica para se tornar um protagonista do mercado musical.
Globalmente, o vinil até superou os CDs em vendas pela primeira vez em décadas. Este renascimento não é apenas sobre a música, mas sobre a experiência completa que o vinil proporciona – um verdadeiro ritual que começa na compra e termina ao guardá-lo na estante.
Seja você um(a) apaixonado(a) por música ou um(a) curioso(a) sobre UX Design, explorar essa jornada é uma aula sobre como a experiência do usuário pode ser encantadora, frustrante ou inesquecível. Vamos analisar cada etapa desse processo.
A Compra do Disco: Onde Tudo Começa
A experiência de ouvir um disco de vinil começa muito antes da agulha tocar os sulcos. A compra é o primeiro contato e, para muitos, já é uma parte importante do ritual.
Numa loja física, o usuário tem a chance de vasculhar prateleiras, sentir o peso do disco e admirar a arte da capa. Há algo mágico em segurar um vinil clássico ou descobrir uma edição especial por acaso. O design da capa aqui é crucial: cores vibrantes, tipografia chamativa e uma arte que ressoe com a música fazem toda a diferença.
Online, o cenário é outro. Sem o contato físico, fotos de alta qualidade, descrições detalhadas e avaliações de outros compradores tornam-se fundamentais para uma experiência positiva.
“Os amantes da música claramente não se fartam do som de alta qualidade e da ligação tangível aos artistas que o vinil oferece, e as gravadoras satisfizeram diretamente essa procura com um fluxo constante de exclusivos, reedições especiais e embalagens e discos lindamente trabalhados”, disse Mitch Glazier, Presidente e CEO da RIAA, (sigla para Recording Industry Association of America), organização que representa a indústria fonográfica nos Estados Unidos.
Uma experiência negativa nesta etapa pode surgir de um site desorganizado ou de uma loja onde os discos estão empilhados sem critério. Já uma experiência positiva é aquela que desperta o desejo e cria uma conexão emocional com o produto antes mesmo de ouvi-lo.
Preparando o vinil: o ritual antes da música
Chegar em casa com um novo disco de vinil é como desembrulhar um presente especial. Cada detalhe importa.
- Abrir a embalagem deve ser fácil, mas também elegante. Um encarte bonito com letras das músicas, fotos ou histórias do álbum pode transformar o momento.
- Manusear o vinil exige cuidado, e aqui entra o design funcional, uma abordagem que preza pela utilidade e funcionalidade das coisas. Capas internas bem ajustadas e que protejam o disco fazem toda a diferença.
- Configurar o toca-discos pode ser uma etapa intimidante para iniciantes ou uma parte prazerosa do ritual para os mais experientes. A simplicidade e a clareza dos controles do equipamento são fundamentais para evitar frustrações.
Uma má experiência aqui seria encontrar capas difíceis de abrir ou um toca-discos complicado de configurar (isso vai do gosto de cada um). Por outro lado, um design bem pensado transforma essa etapa numa antecipação prazerosa do que está por vir.
A magia de ouvir o vinil
Quando o disco começa a girar e a agulha toca os sulcos, a mágica acontece. O som analógico, com suas nuances e imperfeições, cria uma atmosfera única.
Além disso, a experiência é multisensorial:
- Auditiva, pelo som rico e orgânico do vinil;
- Visual, ao admirar o disco girando no prato;
- Tátil, ao mudar o lado do disco.
Diferentemente das playlists digitais, ouvir vinil é um ato de presença. Cada faixa é apreciada em sequência, sem a tentação de pular para a próxima música com um clique. Aqui, o ambiente também importa: luz baixa, um sofá confortável e a companhia certa podem transformar o momento numa experiência memorável.
Guardar o disco: encerrando o ritual
Depois de ouvir o disco, a experiência ainda não terminou. Guardá-lo com cuidado é tão importante quanto ouvi-lo.
- Limpar o disco antes de guardá-lo preserva sua qualidade. Produtos mal projetados, que tornam essa tarefa complicada, podem frustrar o usuário.
- Armazenar corretamente evita danos. Prateleiras organizadas e capas internas de qualidade ajudam a manter a coleção em perfeito estado.
Uma boa experiência termina com o usuário sentindo que cuidou bem do seu disco.
Uma má experiência, por outro lado, pode envolver capas frágeis ou prateleiras mal projetadas que não acomodam os discos de forma segura. No mercado há uma série de produtos para ajudar da preservação da mídia. Desde produtos de limpeza a capas específicas que conservam e diminuem a eletricidade estática.
O que torna a experiência boa ou ruim?
Para quem ouve música em vinil, podemos resumir as experiências como:
Uma boa experiência seria
- Vinil com capa funcional e bem desenhada, com encartes que acrescentam valor à compra.
- Toca-discos intuitivo e confiável, que oferece um som de qualidade.
- Uma jornada que desperta emoções em cada etapa, desde a compra até o armazenamento, tanto para lojas físicas e online.
Uma má experiência seria
- Loja online confusa ou com informações insuficientes, que desmotiva o cliente.
- Equipamentos difíceis de usar e de baixa qualidade, que tiram o prazer do ritual.
- Em lojas físicas, capas frágeis, em má qualidade ou difíceis de manusear, que desvalorizam o cuidado com o disco.
Muito mais do que ouvir música
Ouvir um disco de vinil é um encontro entre o físico e o emocional. Cada etapa da jornada, do momento em que o disco é comprado até quando ele volta à estante, é uma oportunidade para criar uma experiência inesquecível. Ouvir música em vinil é uma experiência que envolve, conecta e emociona. ISSO É DESIGN!
Aqui o produto em questão foi o disco de vinil, mas há muitos produtos que geram essa conexão com as pessoas, por isso indico fortemente a leitura do livro Design Emocional, do Donald Norman. Já falei sobre ele neste artigo.
Até o próximo artigo e um FELIZ 2025 para todos!