Olá, pessoas! Tudo bem? Espero sinceramente que sim 🙂
Chego com mais uma dica de leitura. A dica anterior é um voltado mais para designers e quem se interessa pelo assunto. Já o livro ‘Design Emocional – Por que adoramos (ou detestamos) os objetos do dia a dia’, do Donald Norman, é um livro que recomendo também para quem não é designer.
Minha primeira leitura de ‘Design Emocional’ foi durante minha pós-graduação. Eu achei uma leitura leve, em comparação com todos os artigos e livros que eu estava consumindo na época. Lembro que adorei o livro. Mas, com o tempo, comecei a esquecer os detalhes.
Há algumas semanas atrás, ao arrumar minhas coisas após chegar de viagem, peguei nele e decidi lê-lo novamente. E estou feliz por ter feito isso.
Os três níveis de Design Emocional
Ao longo do livro, Norman apresenta histórias sobre produtos que se conectaram com ele em um nível emocional. E com cada exemplo, ele os discute com relação a três níveis de design emocional:
Visceral
A reação instintiva pré-consciente. Isso inclui a estética e a aparência geral do produto. Quando imediatamente pensamos em um produto como fofo, atraente, assustador, etc., essas são nossas reações viscerais.
Comportamental
O uso consciente e a experiência com o produto. Isso inclui a função, desempenho e usabilidade do produto. Quanto mais eficaz o produto, mais feliz o usuário.
Reflexivo
A interpretação e compreensão do produto. Isso combina as reações emocionais e cognitivas ao produto e explora a autoimagem, memórias, experiências e cultura dos usuários.
Não é apenas um filtro de chá fofinho
Um exemplo que ele explora é o filtro de chá Te ò da Pirovano (Na edição que tenho, está no Capítulo 4, pág 131).
À primeira vista, o filtro de chá é fofo (visceral). Ele tem um rosto feliz e perninhas rechonchudas que fazem você sorrir. Então, você percebe que ele é mais do que apenas fofo, ele é funcional (comportamental). Quando você vê o filtro de chá apoiado na borda de uma xícara pronto para receber o chá, você não pode deixar de sentir prazer. O filtro de chá é fofo e funcional ao mesmo tempo.
Além disso, ele também é um filtro de chá que, dependendo da sua personalidade, pode ser algo que você exibe (reflexivo). Você pode gostar de olhar para ele e fazer com que outras pessoas o vejam, mesmo quando não está usando. Norman diz que mantém o filtro de chá na prateleira de sua cozinha, ao lado de suas bules de chá, onde todos podem ver.
E, embora o filtro de chá possa funcionar como qualquer outro filtro de chá que já usamos antes, porque o achamos fofo e divertido, podemos pensar que ele realmente funciona melhor.
Coisas atrativas realmente funcionam melhor
A atratividade gera emoções positivas, levando os processos mentais a serem mais criativos e mais tolerantes a dificuldades menores.
Norman também destaca que o filtro de chá continua divertido mesmo após muitos anos de uso. Os designs que conseguem conectar-se com os usuários nos níveis visceral, comportamental e reflexivo costumam resistir ao teste do tempo.
O livro Design Emocional é referência mesmo nos dias de hoje
Da mesma forma, o livro também resiste e ainda é relevante. Foi publicado em 2004 e usa exemplos de produtos daquela época, mas todos os detalhes ainda são verdadeiros até hoje. Além disso, do meu ponto de vista pessoal, percebi que consegui apreciar muito mais as lições que este livro oferece nesta leitura mais recente. Na pós-graduação, eu estava principalmente preocupada em estar a par do que era tendência. Atualmente, meu foco é criar produtos que as pessoas usem e amem.
Pode ser fácil se concentrar nos aspectos comportamentais do design, como focar na usabilidade pura de um produto. Mas o livro ‘Design Emocional’ do Donald Norman me ensinou que designs usáveis são bons, mas designs excelentes se conectam em um nível emocional.
Certeza que você se identifica e tem algo na sua casa que é super apegado(a), não é? Faça o teste e veja se ele te pega nos três níveis do design emocional.
Até o próximo artigo!