Olá pessoas, tudo bem? Espero sinceramente que sim!
Há alguns meses adquiri este livro e por esses dias peguei nele novamente para reler as partes que deixei marcadas como importantes. Já adianto que vale a leitura!
Para muitos UX Designers, discutir soluções de design com os stakeholders é uma fonte de ansiedade e frustração. Os stakeholders que nos contratam para projetar uma experiência, admitem que não possuem qualquer experiência em design, mas frequentemente expressam opiniões que são contrárias às nossas recomendações ou até mesmo invalidam nossas decisões. O livro de Tom Greever, ‘Articulando Decisões de Design: Converse com os Stakeholders, Mantenha sua Sanidade e Crie a Melhor Experiência do Usuário’, fornece conselhos detalhados sobre como gerenciar relacionamentos com stakeholders e conduzir reuniões, tudo com o objetivo de esclarecer sua intenção de design para os stakeholders.
Greever aplica um processo interessante de design centrado no usuário nas reuniões como se fosse um projeto. De fato, uma reunião não deixa de ser uma experiência e, como designers, devemos ser capazes de proporcionar uma boa experiência para quem participa dela.
Aí entra a discussão da necessidade dos designers desenvolverem não apenas habilidades sólidas de pesquisa e design, mas também habilidades interpessoais que possam ajudá-los a se tornarem profissionais mais valorizados.
Comece com objetivos
Conforme Greever relata suas experiências em reuniões, fica evidente que muitas reuniões se concentram nas coisas erradas. Com frequência, e especialmente no início de um projeto de design, os designers se concentram nos requisitos técnicos que um stakeholder definiu. Coisas como design system, fotografia e branding, embora necessárias, não abordam a finalidade do projeto.
Projetos existem para alcançar um resultado de negócio específico. Quando os designers começam a discutir seus projetos e suas decisões no contexto de resultados e como eles suportam os objetivos empresariais, estão dando o primeiro passo em direção a conversas muito mais significativas e construtivas sobre design.
Greever fornece vários exemplos do que pode ser um bom design e observa que, ao comunicar design, designers devem se concentrar em resultados em vez de questões de gosto pessoal.
Empatia
A empatia às vezes pode ser um termo controverso na comunidade de UX. Embora seja verdade que é quase impossível para um profissional de UX ter tido as mesmas experiências que um cliente ou stakeholder, podemos certamente obter insights sobre suas motivações e perspectivas diferentes.
Greever destaca que a frustração com a desconsideração dos stakeholders pelo trabalho do designer pode surgir de uma falta de empatia. Semelhante à observação de Jakob Nielsen de que os usuários passam a maior parte do tempo em outros sites, a maioria dos stakeholders passa a maior parte do tempo e atenção concentrando-se em outras iniciativas. As limitações de atenção dos stakeholders não são necessariamente uma rejeição ao trabalho de design. É mais provável que seja simplesmente uma falta de capacidade.
A empatia deve se estender aos colegas, bem como aos usuários e clientes. Greever sugere que devemos nos esforçar para sermos empáticos com nossos colegas. Encontrar assuntos de interesse mútuo é uma ótima maneira para isso. Nada melhor do que trabalhar com pessoas que saibam respeitar o espaço do outro e amam trocar conhecimento.
Design de uma Reunião
Assim como qualquer boa experiência, uma reunião deve ser planejada. Greever aplica um processo para se ter uma boa experiência na reunião que incentivam bons resultados.
Em primeiro lugar, deve-se deixar claro o objetivo da reunião, definindo sua direção para incentivar um resultado desejável. Declare logo de início que o objetivo não é necessariamente obter a aprovação ou os inputs dos stakeholders que mudariam a solução. O objetivo da reunião deve ser obter o suporte dos stakeholders, permitindo que eles promovam a solução. Isso é muito diferente das reuniões típicas e muda sua dinâmica. Em vez de apenas receber ordens de como fazer de um stakeholder, ao controlar a agenda e identificar o objetivo, você pode desempenhar um papel mais consultivo como designer.
O designer no controle
Em reuniões que não têm uma agenda ou objetivo claro, é muito fácil para os stakeholders levar as conversas em múltiplas direções, muitas vezes conflitantes. Alguns podem dar feedback sobre elementos que não estão prontos para revisão e, portanto, não se beneficiariam de nenhum input naquele momento. No final, embora muitas palavras possam ter sido ditas, frequentemente há mais confusão no final de tal reunião do que antes.
No entanto, quando o designer assume o controle da reunião e é claro sobre os resultados e onde os stakeholders devem direcionar sua atenção, tudo muda. A equipe pode discutir aspectos específicos de uma solução que ajudam a equipe de design a avançar. Greever sugere que os designers cheguem nas reuniões com suas perguntas prontas, não apenas para frustrar interrupções, mas como uma maneira de manter a reunião no caminho certo e garantir que você obtenha as informações que permitiriam avançar as coisas.
Da mesma forma, é preciso estruturar reuniões de maneira semelhante a uma jornada do cliente – removendo distrações e projetando a reunião para reduzir o potencial de fadiga cognitiva.
Bom design não é tudo
Greever observa corretamente que boas soluções de design muitas vezes não são óbvias para os stakeholders. Embora as pessoas possam reconhecer um bom design, sem argumentos suficientes para explicar a intenção daquilo ter sido feito, as soluções de design podem se perder em discussões intermináveis, aumentar o escopo ou sofrer outros problemas que impedem o sucesso do projeto.
A simples existência de um bom design não é suficiente para comunicar a intenção do design. No final das contas, a pessoa que der a melhor explicação ou apresentar a justificativa mais convincente é quem vence. O stakeholder quer resultado/conversão. Esse deve ser o foco da argumentação: como aquele design vai contribuir para que o stakeholder alcance o objetivo.
Onde comprar
Recomendo fortemente o livro. Apenas tentei resumir com o que achei mais interessante, mas o autor exemplifica muito bem e usa exemplos pessoais para contextualizar.
Beijo grande e até o próximo artigo!